O sangue ainda escorre entre minhas pernas. Me mata aos poucos o desejo do ódio, aumenta a fome da minha visão do que seria o amor! Você me suporta e eu quero morrer. Preciso ficar só com minhas unhas pintadas, assim mesmo, sem que eu queira atraio você. Venha viver minha vida a qual castelo se fundiu, seremos um só, então caíram os temores em dilúvio deixando marcas negligentes de ardor causados pelo fogo de uma paixão, velo teu corpo sem enterrá-lo viverás dias de trevas, fugiu de mim enquanto o vento ardia, um arrepio me afagou em um grande círculo em desassossego. Mutante do inferno me amplia e me veste com covardia e sem medo eu abraço com fervor teu poder poético e ainda vou te dar a minha voz contraída em gemidos largos estou com as pernas desnudas. Espero o anoitecer...Farás em minha gruta teu repouso e obstinado pela leveza de um momento vou dar-te enfim a sensatez da vida amarga... Será a própria moldura de semblantes torturados, mas mesmo assim, depois que a noite se perdeu no tempo, senti meu corpo aberto ao renascer, neguei a vida para poder viver junto a ti... Corri no espaço e pelo mar, em pranto, e nesta fuga me achei perdida estremeci de medo. Hoje me calo e estico-me no chão de vidros e com o corpo dormente e em meus desejos mais do que frustrados despojo-me em teus braços e transformo o destino em sina. É essa a fantasia do óbvio, quero que chegue venha deite comigo e me abrace! Que venha a vida comum e cheia de canções... Então procurarei um simples momento quando por ventura relembrar nossa história como se fosse fúnebres contos de fadas... Eu quero conservar sempre dentro de nós a ruptura enfática dos loucos, e se houver amanhã estejas do meu lado e verás golpes mortais dados no escuro do destino. Quem sabes lhes dê meu corpo em troca de um favor qualquer porque meu amor sempre foi teu.(Danielle Cardoso Sena)
